Relação Comercial Brasil-Rússia e SC-Ucrânia
A invasão russa ao território ucraniano mexe não só com as forças políticas, mas também comerciais e econômicas, com consequências para o Brasil. A Rússia é o sexto país de quem o Brasil mais compra produtos: foram US $5,7 bilhões em importações em 2021, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Na outra ponta, foram só US $1,6 bilhão exportados pelo Brasil para os russos, sobretudo em produtos agropecuários, liderados por soja e carnes.
Analistas do setor agro têm falado em cautela sobre os impactos que a guerra entre Rússia e Ucrânia podem gerar por aqui. O principal ponto de atenção está no grupo de adubos e fertilizantes químicos, que responde por mais de 60% de tudo o que o Brasil importa da Rússia. O país europeu é o principal fornecedor destes insumos a todo o planeta.
As exportações de SC para a Rússia em 2021 atingiram US $101 milhões e representaram 0,98% do total exportado pelo estado. Do total dos embarques de SC para a Rússia no ano passado, 41,3% foram em cortes de aves congelados; 12,9% gelatina e seus derivados; 11,3% de motores de corrente alternada; 6,2% em tabaco e 5,6% em máquinas. Esses cinco principais produtos 77,3% do total enviado para a Rússia.
As exportações de SC para a Ucrânia em 2021 atingiram US $5,78 milhões e representaram 0,06% do total exportado pelo estado. Do total exportado para a Ucrânia em 2021, 65,9% corresponderam aos embarques de tabaco; 9,6% em compressores para equipamentos frigoríficos; 6% em partes das máquinas; 3,8% vísceras de animais e 3,6% em desperdícios de tabaco. Esses principais produtos responderam por 88,9% do total embarcado para a Ucrânia.
Como a invasão da Ucrânia pela Rússia pode afetar a exportação brasileira?
O conflito entre Rússia e Ucrânia está acontecendo apenas no território ucraniano, que foi invadido, sem afetar a infraestrutura e logística dos mercados russos. Mas as exportações brasileiras para a Rússia podem ser afetadas por causa das sanções econômicas anunciadas por diversos países do Ocidente, em movimento liderado pelos Estados Unidos.
Entre as sanções adotadas estão a suspensão de vendas e compras de produtos para e do mercado russo e o bloqueio de contas e financiamentos bancários para empresas russas.
Comércio exterior de SC está entre primeiros setores afetados
Os portos catarinenses movimentam volumes consideráveis de polímeros, que têm entre os fornecedores mundiais a Ucrânia e são utilizados, por exemplo, nas indústrias de embalagens plásticas para abastecer segmentos como o de alimentos e de tubos – caso da construção civil. Também há importação de fertilizantes, vindos da Rússia e usados como insumos na cadeia agroindustrial.
“Tudo isso passa pelos portos e qualquer instabilidade na importação dessas mercadorias impacta de alguma forma a movimentação no estado e o processo produtivo das empresas, mesmo que as empresas direcionem a compra para outros países, serão impactadas pela alta dos preços das commodities.”, explica o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.
Conforme a avaliação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo estadual de SC, os possíveis impactos na economia catarinense são o aumento do preço dos combustíveis (Petróleo) e do gás: com implicações no aumento do custo dos transportes, custos industriais, inflação e até mesmo o aumento do custo de vida ou queda do poder aquisitivo das famílias.
Fontes:
https://exame.com/economia/guerra-na-ucrania-como-e-a-relacao-comercial-entre-brasil-e-russia/