O transporte marítimo viabiliza a importação e a exportação de produtos em escala global. No entanto, o panorama da importação marítima está em constante transformação, impondo desafios que exigem adaptação e planejamento estratégico.
Um desses desafios está relacionado aos movimentos geopolíticos, sendo que alguns evoluem para conflitos armados que impedem o acesso a portos e rotas.
Outro desafio importante está relacionado a IMO 2023, que traz novas regras para reduzir as emissões de gases do efeito estufa provenientes do transporte marítimo, dentre elas, por exemplo, a implementação do Índice de Eficiência Energética, podendo resultar no aumento dos custos dos fretes devido a investimentos em combustíveis mais limpos e tecnologias de eficiência.
Em seguida, apresentaremos outros desafios de igual importância, além de dicas de como otimizar os custos de uma importação marítima. Acompanhe!
Relevância do modal marítimo no contexto econômico
Cerca de 90% de todas as cargas mundiais navegam os oceanos, atestando seu papel vital para a economia global. Enquanto no Brasil, a relevância desse modal se revela na magnitude de seus principais portos:
- Portonave, em Santa Catarina, movimentou 1.327.098 TEUs em 2023, 10% a mais que em 2022;
- Santos (SP), maior complexo portuário da América Latina, movimentou 173 milhões de toneladas em 2023;
- Paranaguá e Antonina, no Paraná, estrategicamente próximos a polos produtores de grãos, bateram o recorde de 65 milhões de toneladas no ano passado;
- Suape, em Pernambuco, cresceu em 6,5% em movimentação anual, alcançando o número de 523.956 TEUs.
Desafios da importação marítima
Mesmo em cenários aparentemente favoráveis, a importação marítima enfrenta diversos desafios complexos.
Os conflitos armados representam obstáculos significativos, pois eles forçam desvios de rotas, resultando em atrasos, distâncias maiores e custos adicionais com combustível.
Assim como as sanções econômicas criam barreiras, afinal, impedem o transporte de certos produtos estratégicos e forçam a busca por alternativas mais longas e dispendiosas.
Por fim, apesar de frequentes, as mudanças climáticas afetam a dinâmica do transporte marítimo de diferentes maneiras e em variados períodos.
Vamos conhecer mais sobre alguns deles:
Seca no Canal do Panamá
Enquanto tivemos diversas chuvas no sul do Brasil desde o segundo semestre de 2023 em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul atualmente, o Canal do Panamá sofreu uma das maiores secas nos últimos 73 anos.
Com capacidade para transitar diariamente 38 a 40 navios por dia, a capacidade caiu para apenas 18 em fevereiro de 2024. Contudo, é esperado que volte a operar 100% em setembro desse ano.
Pressão da regulamentação ambiental Internacional
Devido ao modal marítimo ter sido responsável por mais de 20% da emissão de CO₂ do setor de transporte, existe uma forte pressão para que as frotas dos armadores se atualizem para utilizarem tecnologias mais verdes.
Isso porque os gases de exaustão de navios liberam partículas como óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx), dióxido de carbono (CO₂) e material particulado, impactando o clima e a saúde pública. A Organização Marítima Internacional (IMO) estabeleceu a meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 50% até 2050.
Alta procura de espaço tomada por carros elétricos
Após o governo informar em novembro de 2023 que o Imposto de Importação para veículos eletrificados seria retomado em janeiro de 2024, a BYD acelerou o envio de seus veículos ao Brasil com o objetivo de aproveitar o prazo do aumento gradual do Imposto de Importação.
Fonte: Automotivebussines.com
Como consequência, carros chineses importados tiveram alta de 633%, causando falta de espaço nos portos brasileiros, que teve agravo na situação devido à greve do Ibama.
Somente nos primeiros meses deste ano o Espírito Santo já recebeu 43.000 veículos importados, sendo que nesse mesmo período em 2022 havia sido 14.000.
Conflitos armados no Oriente Médio
A Guerra entre Israel e o Hamas na Palestina causa novamente gargalos no Canal de Suez e no Canal do Mar Vermelho, por onde ocorre aproximadamente 30% do tráfego mundial de contêineres.
Essas rotas da importação marítima enfrentaram perturbações significativas devido a ataques de forças Houthi do Iêmen, que declararam não parar enquanto Israel atacar a Palestina. Esses militantes têm utilizado armamentos avançados, como sequestros, mísseis balísticos, mísseis antinavio e drones para atacar as rotas internacionais de navegação.
O incidente que marcou o início desses ataques aconteceu em 19 de novembro de 2023, com o sequestro do navio cargueiro Galaxy Leader pelas forças Houthi, que o redirecionaram para o porto de Hodeidah no Iêmen, mantendo a tripulação detida.
Desde então, mais de 33 navios foram atacados na região, com 16 deles sendo diretamente atingidos por mísseis ou drones.
Em resposta a essas tensões crescentes, Estados Unidos e Reino Unido iniciaram a Operação Prosperity Guardian em 18 de dezembro de 2023, com o intuito de proteger a navegação marítima e garantir o fluxo de comércio. A União Europeia também lançou a Operação Aspis em 19 de fevereiro de 2024.
Apesar desses esforços, os Houthis continuam atacando e se estima que este conflito dure todo 2024.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/peoes-no-globo-do-mundo-com-fundo-azul_26559585.htm
Aumento do frete e menor disponibilidade de contêineres
Tanto a alta demanda de carros elétricos como os conflitos no Mar Vermelho colaboram para o aumento do preço do frete marítimo e a redução de disponibilidade de contêineres.
Pois, ao evitar o Canal de Suez e navegar pelo Cabo da Boa Esperança (contornando a África), o tempo de trânsito sobe, junto com o gasto de combustível e o tempo que os contêineres são utilizados no mar para transporte.
Tanto que a capacidade do setor entre Ásia e a Europa reduzirá em até 20% no segundo trimestre desse ano, o que vai naturalmente afetar os navios que atuam na importação e exportação brasileira.
Dicas para otimizar os custos da minha importação marítima
O planejamento antecipado do estoque e demandas conforme sazonalidade é necessário, afinal, permite antecipar flutuações de mercado e garantir tarifas de frete mais vantajosas.
Também é interessante buscar diversificação dos compradores e vendedores para explorar diferentes rotas marítimas, que igualmente proporciona flexibilidade para contornar gargalos e mitigar riscos regionais.
Utilizar outras opções de transporte como o marítimo LCL para importar de outros fornecedores em rotas diferentes e em quantidades menores, afim de manter o estoque abastecido, o aéreo e o rodoviário na América do Sul, pode funcionar como “plano B” sem influenciar tanto nos custos.
Além disso, a adoção de tecnologias integradas na cadeia logística marítima junto da gestão de compras, vendas e armazenagem pode conferir uma visibilidade mais abrangente, possibilitando a identificação de oportunidades, a precificação precisa e a tomada de decisões ágeis para aprimorar a eficiência e a lucratividade.
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