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Logística reversa aplicada

Com a crescente necessidade de cuidados ambientais, o planeta confere à logística Reversa (LR) um papel importantíssimo que passa pela continuidade das conhecidas atividades comerciais, pelo desenvolvimento de novos padrões de consumo, novas profissões, novas estruturas de mercado e novos comportamentos, chegando até a tão almejada sustentabilidade.

Logística Direta e logística reversa

Na Logística Direta, conhecemos o fluxo da cadeia de suprimentos (supply chain), que se inicia com a matéria-prima até a produção e prossegue com a distribuição até a entrega ao consumidor final. Na LR, o caminho é inverso e os produtos ou seus resíduos, embalagens e afins são movimentados do consumidor em direção ao produtor, mas não necessariamente chegará a ele, pois são muitas as razões para os processos reversos, dentre as quais destacam-se os danos, a reposição, a sazonalidade, os reprocessamentos, a reciclagem ou o reúso de embalagens e o destino adequado ao que se tornou obsoleto.

Essas e outras razões se encaixam nas duas formas mais conhecidas nas estratégias operacionais de LR: a logística de pós-venda, que está relacionada ao fluxo físico e das informações dos bens de pós-venda, sem uso ou com pouco uso, que por algum motivo retornarão aos elos anteriores do fluxo direto, e a logística de pós-consumo que está relacionada aos bens de pós-consumo cuja vida útil chegou ao fim e não podem ser negociados nos canais convencionais, no entanto, não significa que não possam ser reaproveitados de alguma forma antes de ponderar seus descartes adequados.

Política Nacional de Resíduos Sólidos

A PNRS é um fundamental instrumento, baseado no compartilhamento das responsabilidades pelo ciclo de vida dos produtos, para a aplicação da LR em sua parte mais nobre: a logística de pós-consumo. Essencial para a manutenção do meio ambiente, ela passa a ser extremamente valorizada, pois a minimização do volume de resíduos sólidos, bem como a redução dos impactos na saúde humana e na qualidade do meio ambiente, através de descartes adequados, passam a ser de responsabilidade de importadores, fabricantes, distribuidores, comerciantes, do governo e do cidadão.

A Lei 12.305/10, que instituiu a PNRS, estipulava prazos para que em 2012 os municípios brasileiros apresentassem planos de gestão integrada de resíduos sólidos para o encerramento dos lixões até agosto de 2014. Apesar da extrema importância, a Lei não foi cumprida, e os lixões, cerca de 3.500 ou 60%, ainda representam graves problemas em todas as regiões brasileiras.

Uma Logística Reversa bastante promissora

O consumidor vem se tornando mais exigente a cada ano e fazendo valer seus direitos. Dessa forma, a LR do pós-venda também precisa se adequar a este cenário para garantir a presteza no atendimento ao consumidor e apoiar os fabricantes no desenvolvimento de uma produção mais voltada à qualidade e à satisfação.

As questões ambientais vêm ganhando força desde o final da década de 70 e os consumidores, à medida que desenvolvem uma maior consciência ambiental, exigem do setor industrial um comportamento ambientalmente correto. Essas transformações são acompanhadas pelos chamados “Green Consumers” (Consumidores Verdes) que até pagam mais por produtos oriundos de empresas que partilham de sua consciência ambiental.

Segundo levantamentos da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), enquanto a taxa de crescimento populacional cresceu 6% de 2003 a 2014, a geração de resíduos sólidos aumentou 29% no mesmo período. Atualmente, o país produz cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos, sendo que 30% disso poderia ser retrabalhado, mas apenas 3% é reciclado. Embora o número de municípios que implantaram programas de reciclagem tenha disparado nos últimos dez anos, de 80 para mais de 900, isso representa apenas 20% das cidades, o que abre um interessante e promissor mercado para a LR ainda pouco explorada, rica, essencial e cheia de oportunidades.

A engenharia é a área que mais empresta profissionais para a inovação desse mercado. A Logística já participa ativamente, mas isso é só o começo!

 

Fonte: Logística Descomplicada

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